O Posto de Saúde Fausto Freire, do Parque Santa Maria em Fortaleza, está fechado há mais de um ano. Pensando na população desassistida, o Idesq aceitou ceder espaços do seu prédio, temporariamente, para a unidade de saúde funcionar no local. O pedido de parceria veio da própria gestão da unidade enquanto o prédio oficial do posto estiver em reforma. Dessa forma, a população já encontra atendimento básico de saúde no Idesq (Rua Joceno Monteiro, 547 – Parque Santa Maria), de segunda a sexta, das 8h às 17h.
O gestor administrativo do Idesq, Eudázio Nobre, explica que, para receber a equipe do posto e para atender a população, foi preciso adaptar o prédio.
“Cedemos inicialmente duas salas, incluindo a nossa sala grande de reuniões e os atendimentos agendados iniciaram. Em seguida, tomamos uma segunda decisão, que foi transformar a sala grande em 3 consultórios, além de uma outra sala para atendimento. A população passou a ter atendimentos de prevenção, consultas agendadas, atendimento para teste de pezinho e outros. Pelo menos 80% do atendimento do posto está funcionando aqui no Idesq atualmente”, explica Eudázio, comentando ainda que “mais de 100 pessoas são atendidas todos os dias pelos funcionários do posto no Idesq, que são médicos, enfermeiros, técnicos e recepcionistas”.
Há mais de um ano, a população do Parque Santa Maria vem sofrendo com a falta de atendimento de saúde no bairro. Sem posto de saúde no local, que está fechado desde o começo de 2023, a população foi direcionada para ser atendida pelo posto do bairro Santa Fé, distante cerca de 4km do Parque Santa Maria. Dessa forma, a população tinha que se deslocar e havia relatos de muitas dificuldades nessa locomoção, principalmente para idosos, gestantes e pais com crianças pequenas.
Além disso, a unidade do Santa Fé ficava sobrecarregada de demanda, já que estava recebendo também a população da comunidade de Pedras. Outro acontecimento deixou a situação ainda mais grave: o posto de saúde do Santa Fé apresentou um problema na estrutura do telhado e, após uma chuva com alagamento, foi interditado, deixando os moradores totalmente sem atendimento básico de saúde.
No ano passado, a comunidade local realizou manifestações e audiência pública com autoridades em prol do posto de saúde. Os movimentos, chamado de “Cadê o posto que estava aqui?” foi encabeçado pelos moradores, como o coletivo de jovens Meraki do Gueto e a Comissão de Mães do bairro, e teve apoio de instituições, como o Idesq e a Associação Santo Dias.
Diante de todo esse contexto local e tendo em vista o histórico de 40 anos do IDESQ de está presente na comunidade, o gestor administrativo afirma que a instituição teve o cuidado de entender o momento e abrir ainda mais as suas portas.
“O IDESQ não poderia fechar os olhos e nem virar as costas para toda uma comunidade sem atendimento básico de saúde, como também para uma equipe de profissionais que está desassistida. Temos responsabilidade de contribuir para amenizar essa situação e não deixar de pressionar o poder público pela construção e entrega do posto. O Idesq vem fazendo esse esforço, em respeito a comunidade, porque a situação é grave e as pessoas precisam ter essa porta de acesso a saúde”, revela Eudázio.
Também é um aprendizado para o Idesq ter essa população diariamente na instituição, afirma o gestor. “É uma oportunidade de compreender e chegar mais perto da realidade diária da saúde municipal. O Idesq já atua há 40 anos em várias frentes no bairro, com projetos sociais e de qualificação profissional, mas a gente nunca atuou tão próximo na área da saúde. Tem sido uma oportunidade aprender com os profissionais que estão atendendo a comunidade e ver mais de perto a necessidade das pessoas. Isso faz cada vez mais a gente se aproximar da comunidade e nos ajuda a traçar projetos que possa contribuir para essa área”, ressalta.