Na última terça-feira (10), comemoramos no IDESQ os 50 anos de atuação social e missionária de uma das nossas fundadoras, a Irmã Maria Leite. Com a presença de colaboradores da instituição e da comunidade do Parque Santa Maria, a Irmã recebeu várias homenagens, inclusive uma placa de reconhecimento, que a intitula presidente de honra do IDESQ.
O evento também teve distribuição de cestas básicas para famílias da região, como uma inciativa da Irmã Maria em parceria com o IDESQ. Para animar a noite, houve uma apresentação do espetáculo teatral “Maquinista”, do grupo Pavilhão da Magnólia.
O IDESQ ainda recebeu as irmãs Judite Filomena, Ágda Ximenes, Ana Cristina Cavalcante e Antonieta Silva, que estavam acompanhando a Irmã Maria Leite na evento comemorativo.
A luta que mudou vidas
Diversas pessoas da comunidade deram depoimentos emocionantes sobre como a luta da Irmã Maria Leite mudou a vida da comunidade e transformou a realidade de várias pessoas naquela época.
A irmã teve uma grande atuação no Parque Santa Maria, em Fortaleza, na década de 1980. Na época em que diversas crianças não tinham acesso à educação, a irmã propôs à comunidade a construção de uma escolinha, para que os filhos das famílias do bairro fossem alfabetizados. Mais tarde, a escola se chamaria Nossa Senhora das Graças.
A professora Rosa Pinto, que, na época, foi convidada pela irmã para ser professora da escolinha, relembrou o período. “A dificuldade, não só do Santa Maria, mas da região toda era escola. A Irmã Maria convidou a gente para construir uma escola e a gente sem dinheiro. Como é que nós vamos construir uma escola? Mas ela disse que dava certo e eu pensei: ‘então vamos’. Com o trabalho comunitário, com rifa, gincana… e até pedra a gente carregou [para construir a escola]. Hoje eu tenho 51 anos e naquela época tinha 15 anos. Dei aulas em baixo das árvores e depois construímos a escolinha. Eu me fiz educadora dentro desse movimento”, afirmou Rosa, que até hoje segue como professora.
A compositora Maria do Carmo do Nascimento cantou uma música que falava a história de Irmã Maria na nossa comunidade. “Vim morar nesse lugar, encontrei os operários, que sem receber salários, se lançaram a me ajudar. Afirmo com certeza tive aqui grandes vitórias, junto a esse povo querido, foram dias bem vividos que guardo em minha memória”, dizia o trecho da canção.
Já Ivaniza Assunção aproveitou a oportunidade para agradecer a luta da irmã no Santa Maria. “Ela acreditou em cada um de nós, acreditou que aqui estava a parceria certa para ela começar essa caminhada. Foi impossível dizer não para ela. Ela dizia que nós íamos fazer alguma coisa e nós mergulhávamos com ela e nós não nos arrependemos em momento algum. Estamos aqui hoje para dizer ‘muito obrigada’”, ressaltou.
Um dos alunos da escolinha criada pela irmã, o hoje professor Lafaete Almeida destacou o quanto Irmã Maria marcou a sua vida e trajetória. “Eu era mais um garoto que brincava, que corria [naquela época]. Durante toda a minha vida, eu nunca esqueci o seu sorriso. Das vezes em que, no lugar de a senhora dar um carão, a senhora abraçava a gente. Se hoje eu sou professor, sou mestre e estou terminando o doutorado, foi graças a sua atitude, Irmã Maria, de ter trazido uma escola aqui pra gente. Foi pelo fato de ser um resultado da educação, uma prova de que, para os filhos dos trabalhadores, para os pobres deste país, a saída é a educação e eu fiz da minha vida uma luta pela educação”, comentou, emocionado.
“A nossa missão é ajudar, é fazer com que o sofrimento do outro seja aliviado, a vida do outro seja mais agradável. Vocês me fizeram reviver com tanta felicidade essa história. Aqui foi onde eu iniciei o meu sonho de trabalhar com o povo”, comentou a irmã, após escutar todos as homenagens.
1 Comment
Ótimo trabalho!
Após perder muito tempo na internet encontrei esse blog
que tinha o que tanto procurava.
Gostei muito.
Meu muito obrigado!!!