Apesar de os homens serem os que mais morrem de Covid-19, são as mulheres as mais impactadas pela pandemia, de acordo com pesquisa da agência humanitária Care International, divulgada no fim de fevereiro deste ano. No dia 8 de março, data que simboliza o Dia Internacional da Mulher, é importante relembrar o quanto a sociedade precisa de igualdade de gênero.
A crise do coronavírus deixou evidenciada a sobrecarga das mulheres brasileiras: trabalho, tarefas domésticas, aulas online… Além disso, o caso de mulheres que possuem filhos mostra quanto elas viveram, no último ano, equilibrando tarefas, administrando a própria vida, dando conta da organização da família e tendo também que trabalhar e estudar, em alguns casos.
Esta realidade também passa pelo IDESQ. São muitas jovens aprendizes que precisam lidar com várias frentes de trabalho, seja em casa ou no mercado profissional. Assim como elas, também professoras e outras profissionais da nossa instituição. São mulheres que, só por nascerem mulheres, são fortes e fazem de tudo para dar conta do mundo que elas possuem.
Trouxemos o exemplo de duas jovens aprendizes, que possuem filhos, mas temos certeza que elas representam bem a situação e a responsabilidade de muitas outras mulheres.
Aprendiz desde junho de 2020, Letícia Tavares, 20 anos, trabalha na empresa Maranguape Laticínios e tem um filho de 3 anos, o Luiz Miguel. Ela conta que uma das maiores dificuldades deste período de pandemia é não haver aulas presenciais, o que dificulta a rotina dela. Por conta da pandemia, o Governo do Ceará tem adotado medidas de isolamento social. Atualmente, algumas cidades do Ceará estão em lockdown até o dia 18 de março. Com isso, as aulas presenciais ficam suspensas.
“A pandemia afetou muita coisa em minha vida, justamente por esses motivos citados na pesquisa. Tenho que ter mais responsabilidade, mais tempo também com meu filho que está em casa o dia todo. Na maioria das vezes não consigo me concentrar nas aulas on-line pela rotina da minha família e as pessoas que moram comigo, fora que tenho minhas obrigações organizacionais na empresa”, relata a aprendiz.
Letícia, que trabalha na empresa Maranguape Laticínios, tem consciência que o tipo de situação não é exclusivamente dela e que, antes da pandemia, as mulheres já acumulavam várias jornadas de trabalho. “Não é de hoje que as mulheres assumem vários papéis, conseguem auxiliar vários afazeres”, comenta. A aprendiz acredita que, quando as aulas presenciais retornarem, a rotina pode melhorar.
Apesar de todos os obstáculos, o sentimento que fica em Letícia é o de gratidão. “Sou muito grata pelo ano de 2020, pois foi no ano que a pandemia começou que consegui meu primeiro emprego pelo IDESQ”, reforca.
Com um filho de 3 anos, a aprendiz Rita de Cássia, 22 anos, também relata ter uma rotina bastante corrida, que começa cedinho, cuidado do filho, e vai até a noite. Neste período, ela trabalha de 14h às 18h no Supermercado Mesa Farta, em Maranguape. Por trabalhar em uma atividade essencial, com a circulação de muita gente, Rita ainda se preocupa em ter o máximo de cuidado possível para não trazer o vírus para sua casa e colocar em risco sua família.
“Tem sido bem corrida por conta que tenho que ter mais cuidado pra quando chegar em casa passa direto pro banheiro, porque sempre que eu chegava em casa abraçava meu filho e agora com esse vírus tenho que me limpar bem antes de abraçar ele”, comenta.